Os preços em Israel I

Só há uma coisa a dizer em relação aos preços em Israel: CAROS!

Uma garrafa de água de 1,5l nunca a vi a custar menos de 5 shekelim (cerca de 1€). No refeitório do kibbutz um folhado de carne pode custar 16 shekelim (cerca de 3,20€). Um pacote de bolachas de baunilha pode custar 15 shekelim (cerca de 3€). Um litro de leite pode custar 10 shekelim (cerca de 2€).

Muitas coisas explicam a carestia de vida em Israel que já levou a manifestações em Telavive e já está a colocar famílias em endividamento:

- Israel geopoliticamente (não geograficamente) é como se fosse uma ilha visto ter duas fronteiras terrestres com países que não reconhecem o estado judaico e outras duas fronteiras terrestres com países que embora reconheçam o Estado de Israel não têm entre a sua população muitos simpatizantes do mesmo (60% da população da Jordânia é composta por refugiados palestinianos). As relações comerciais são quase, se não mesmo na sua totalidade, inexistentes com os vizinhos fazendo as importações terem de percorrer um longo caminho para chegarem a Israel (o país da UE mais próximo de Israel é o Chipre e o mesmo não é conhecido por ser barato);

- Algumas taxas alfandegárias para as importações são exorbitantes;

- O pequeno mercado israelita (cerca de 6 milhões de consumidores) não possibilita a rentabilidade de muitos negócios para uma empresa que esteja sediada em Israel tirando a possibilidade de muitas empresas sobreviverem em concorrência comercial dentro de um mercado tão pequeno e tornando difícil evitar os monopólios das empresas que têm meios para vender a sua produção com reduzidíssimas margens de lucro durante anos até vencerem a concorrência. Depois de vencida a concorrência, a empresa vai sobrecarregar os preços da sua produção de modo a ter o retorno do esforço financeiro feito para vencer a mesma;

- Nalguns nichos de mercado a concorrência nunca existiu porque o reduzido mercado israelita não promete o retorno financeiro do esforço feito para entrar na competição;

- Ao contrário de outros países não muito longínquos de Israel, aqui não há hidrocarbonetos (vulgo, petróleo e gás natural);
- As companhias de seguros que fazem apólices a cobrirem destruição de propriedade provocada por armamento cobram bem caro por essa cobertura e daí os preços do alojamento turístico serem caros;

- O parlamento israelita (Knesset) não é famoso por ser impermeável à influência de grandes grupos económicos.
No entanto, algumas coisas escapam à tendência para os preços exorbitantes:
- Os transportes (principalmente os interurbanos) são relativamente baratos quando comparados com os preços dos mesmos na Europa Ocidental pois o estado subsidia os mesmos;
- Alguma alimentação de produção nacional tem preços abaixo dos praticados na maioria dos países da Europa Ocidental.
O bom de se viver num kibbutz é que muitas despesas são cobertas pelo mesmo e assim uma pessoa não de se preocupar muito com isso.