O serviço de transporte rodoviário em Israel não se pode considerar no geral mau: o preços não são altos e entre as principais cidades do país as ligações são bastante regulares (exceptuando durante o "shabat").
No entanto há coisas que se têm de fazer notar como a ausência de informação relativa aos horários das diferentes linhas nas estações e paragens (e estou a falar de ausência total de informação e não apenas de ausência de informação em inglês), a falta de informação do pessoal das estações rodoviárias em relação aos horários dos transportes (ou talvez apenas falta de vontade em as darem) e a intransigência de muitos motoristas assim que fecham a porta da camioneta em deixarem entrar mais um passageiro mesmo que a camioneta ainda esteja parada na linha de partida.
A minha pior experiência com os motoristas por cá deu-se na estação rodoviária de Be'er Sheva quando pretendia apanhar uma camioneta para o kibbutz. Foi-me inicialmente dito que teria de apanhar a camioneta 47 que iria partir dentro de momentos. Chegado à mesma pergunto ao motorista se aquele é o transporte que vai para o kibbutz Lahav ao que me responde que sim. Entro então na camioneta para pagar o bilhete e ir para o kibbutz, processo no qual o motorista não percebeu o que eu pretendia quando perguntar quanto era o bilhete mas que ele lá me acabou por vender. Indo então dentro da camioneta começo a constatar a certo ponto que a mesma começa a voltar para trás em direcção a Be'er Sheva depois de ter ido a Lehavim (não muito longe do kibbutz Lahav mas também não muito perto). Dirijo-me então ao motorista para lhe perguntar o porquê de não ir ao kibbutz Lahav. Parco em inglês (quero acreditar) lá me vem tentando dizer que é na próxima volta que irá para o kibbutz Lahav mas chegado de novo à estação rodoviária de Be'er Sheva em conversa com um passageiro sobre isso (o passageiro pelos vistos sabia melhor do percurso da camioneta que o próprio motorista) diz-me depois que afinal não é aquela a camioneta que vai para o kibbutz Lahav. Confrontando-o com o facto de ter já comprado o bilhete depois de no início da volta anterior me ter afirmado ir ao kibbutz Lahav, pergunto-lhe o que fazer com o mesmo e tenho apenas como resposta que não pode fazer nada em relação a isso. Foi então que amassei o bilhete à frente dele até fazer uma bola e o atirei para a cara antes de sair da camioneta.
Volto a perguntar a outra pessoa a trabalhar na estação qual o transporte para o kibbutz Lahav, ao que desta vez me é respondido ser a camioneta 42 que partirá apenas às 18:45 (eram cerca de 14:00 na altura). Depois de lá ter dado a "volta dos tristes" pela cidade de Be'er Sheva, eis que chego à estação de novo antes da suposta hora da linha 42. Chegada a hora, não apareceu nenhuma camioneta da linha 42 onde era suposto e ninguém me conseguia dar informações. Sendo este supostamente o último transporte para o kibbutz e vendo uma camioneta da linha 47 a começar a partir pelas 19:00, e em desespero por tentar ao menos chegar a alguma informação por parte do motorista sobre se áquele horário iria para o kibbutz Lahav, eis que decido correr para colocar a tal questão. Mas a porta fechou-se pouco antes e, quando chego à mesma o motorista recusa-se a abrir. Estive para desistir mas quando vejo que alguns dos meus colegas do kibbutz se encontram no interior da camioneta começo a insistir com o motorista para me abrir a porta, ao que a reacção do mesmo é começar a marcha. Sabendo que já não teria mais nenhum transporte para ir para o kibbutz depois daquele, meto-me à frente da camioneta para a não deixar passar. O motorista começa a buzinar mas eu insisto enquanto um dos meus colegas me vê e vem dizer ao motorista que faço parte do grupo deles para me deixar entrar. O motorista insistiu em não me deixar entrar e eu insisti em não o deixar iniciar a marcha até que por fim o mesmo acaba por ceder e me deixar entrar.
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